quinta-feira, 27 de maio de 2010

Economia brasileira ajuda na reputação de marcas

Países em desenvolvimento estão dispostos a pagar mais por produtos verdes e utilizam mais as redes sociais do que as populações ricas

Por Rayane Marcolino, do Mundo do Marketing 
rayane@mundodomarketing.com.br

Trabalhar com as redes sociais e investir em ações sustentáveis são praticamente obrigações para as marcas que querem se destacar nos dias de hoje. Por outro lado, as relações entre esses dois fatores e a economia dos países é um assunto ainda pouco explorado, apesar de sua extrema necessidade para o entendimento do perfil do público alvo de cada empresa em seu local de atuação.
A comparação entre o perfil dos internautas norte-americanos e o dos moradores dos países do Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – mostra como é as mudanças que estão por vir no comportamento, hábito de consumo, estilo de vida, consciência e confiança relacionados aos nativos desses países.  O Brasil e a Índia registram maiores porcentagens do uso de redes sociais que os Estados Unidos. Na América do Norte, porém, esses canais são um grande negócio e mais pessoas ganham a vida com blogs do que desenvolvendo softw ares.
“Hoje cada vez mais todos têm as informações e produtos em suas próprias mãos. Isso revela muito sobre os consumidores, mas deve despertar a atenção das empresas que têm a obrigação de investir nessas ferramentas”, explicou Jonh Low, co-Fundador da Predictiv LLC, empresa que trabalha com a avaliação de ativos intangíveis, durante a 14th International Conference on Corporate Reputation, brand, identity and competitiveness realizada pelo Reputation Institute, no Rio de Janeiro, na última semana.
Países do Bric são mais confiantes e conscientes
Uma pesquisa realizada pela Predictiv LLC mostrou que as empresas dos países em desenvolvimento registram os maiores índices de crescimento de reputação das suas empresas em todo o mundo.  “Isso tem muito a ver com a confiança que esses povos têm ganhado em sua economia”, afirma o executivo norte-americano.

Como exemplo de trabalho de reputação bem sucedido no Brasil, Low cita a Petrobras. “A petroleira soube lidar com o afundamento da plataforma melhor do que a British Petroleum tem lidado com o acidente que causou vazamento de óleo”, conta Low, comparando com a britânica que viu suas ações caírem 23% desde o acidente ocorrido no Golfo do México no final do mês passado.

Para que a Petrobras conseguisse manter a sua reputação após o incidente, a empresa prezou pela transparência e essa, segundo Jonh Low, é uma das ações mais importantes para que uma marca consiga alcançar boa reputação. Por isso mesmo a própria Britsh Petroleum prometeu transparência sobre a catástrofe. Atrás desse fator estão a confiabilidade da empresa, a qualidade de produtos e serviços, a frequência com a qual ela se comunica com o público e a forma como trata os funcionários. “Quando a confiança do consumidor é abalada, a empresa vê suas ações caírem rapidamente e fica muito difícil de reconstruí-la” afirma o fundador da Predictiv LLC.
Sustentabilidade nas redes sociaisOutra característica dos países do Bric é que esses consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos verdes do que os habitantes de países mais desenvolvidos. Lideram esse ranking a China e a Índia, enquanto os Estados Unidos se encontram entre as últimas posições. Ainda sobre sustentabilidade, a pesquisa mostra que 71% das empresas em todo o mundo publica informações sobre ações sustentáveis em seus sites.
 Um estudo apresentado por Courtney Barnes, Vice-Presidente e Diretora de Estratégia da MH Group Communications, também afirma que os países que mais usam as redes sociais são os mais dispostos a pagar mais para adquirir produtos verdes. Para a executiva, uma empresa deve trabalhar a sustentabilidade da mesma forma que deve monitorar as redes sociais que utiliza.

Courtney afirma que seu trabalho é convencer clientes tradicionais a investirem em mídias sociais e no quanto elas são importantes para a vida daquela empresa. “Nos Estados Unidos, isso é essencial porque o uso desse tipo de ferramenta é maior para a pesquisa de informações sobre produtos e serviços. No Brasil, esse uso tem característica mais pessoal”, afirma Courtney. “Mas as empresas brasileiras devem ficar atentas porque a busca por serviços nas redes tende a aumentar”, garante, baseada em dados da pesquisa de que 79% das 100 maiores empresas globais participam de pelo menos uma rede social.

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