sábado, 28 de novembro de 2009

Copa 2014 + Olimpíadas 2016: e o varejo?

Por Alberto Serrentino


O anúncio da escolha do Rio de Janeiro como sede para os Jogos Olímpicos de 2016 consolidará um ciclo para o Brasil de realização dos dois maiores eventos esportivos globais no intervalo de dois anos. O porte e complexidade dos acontecimentos farão com que o impacto comece e ser sentido já em 2010, prolongando-se por quase sete anos. Muito tem sido dito e escrito sobre o tema e os benefícios para o País. Saindo do lugar comum, pode-se começar a pensar no impacto que este ciclo terá para o varejo brasileiro.

A economia brasileira vive um momento de conjunção positiva de fatores favoráveis ao negócio do varejo. A expansão simultânea de PIB, emprego, renda, massa salarial, crédito e confiança, somados à redução nos juros, criam ambiente positivo para uma vigorosa expansão do varejo a partir de 2010. O crescimento a taxas “chinesas” do varejo brasileiro em 2007 (+9,7%) e em 2008 (+9,2%) foi interrompido por uma desaceleração em 2009 – que apesar do cenário global de crise marcará crescimento próximo a 4% - mas tem tudo para voltar com maior força no próximo ano.

O momento mágico do Brasil extrapola o desempenho econômico. Pré-sal, etanol, agronegócio, as maiores reservas naturais estratégicas no mundo, projetam o país e atraem investimentos para os mais diversos setores. Copa do Mundo e Olimpíadas vêm coroar a percepção de que talvez, finalmente, deixemos de ser o país do futuro para transformarmo-nos em realidade presente, em condições de iniciar o resgate da enorme dívida social.

Pode-se projetar diversos reflexos positivos dos dois mega eventos esportivos para o varejo. O aumento no fluxo de turismo – antes, durante e depois dos eventos, criará demanda por serviços e também consumo nas várias cidades envolvidas; a melhoria anunciada na infra-estrutura – aeroportos, estradas, portos, transporte coletivo – podem trazer aumento de eficiência nas cadeias de abastecimento e transporte; investimentos em infra-estrutura direta e indireta – que também envolve hotéis, estádios, instalações – gerarão emprego, renda, consumo e vendas para o varejo; categorias e linhas de produtos sintonizadas com os eventos, ações promocionais uso da sazonalidade como estímulo a compras por impulso; finalmente, o crescimento da “marca Brasil”, que tornará produtos, conceitos e lojas brasileiras mais atraentes, tanto para turistas que virão como para abrir portas para expansão internacional do varejo brasileiro. Se vierem o hexa e medalhas poderá ficar ainda melhor.

O varejo brasileiro deverá movimentar este ano cerca de R$ 500 bilhões. Cada 1% de aumento de vendas equivale a cinco bilhões de oportunidades para serem apropriadas. É planejar, inovar e colher os frutos que virão.

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