Empresária pesquisou por seis meses antes de abrir seu empreendimento em São Paulo
Marcus Vinicius Pilleggi
A administradora de empresas Rose Candeo decidiu empreender em ummercado geralmente dominado por homens: oficinas mecânicas. Para ter sucesso, a empresária pesquisou o mercado e tentou entender as necessidades de um público alvo definido: os donos de carros importados. No final de 2009, depois de quase um ano de pesquisas, ela fundou a Bimmer, umcentro automobilístico especializado em veículos importados. Além da mecânica especializada,o empreendimento possibilita que o dono do carro acompanhe, online - pela página da empresa -, o conserto de seu veículo, graças a câmeras colocadas nos elevadores mecânicos.
A empresária conta que a ideia do negócio surgiu da necessidade. Envolvida há vários anos com revenda de carros, Rose verificou a falta de unidades de atendimento mecânico voltadas a veículos importados. Assim, ela e o marido resolveram investir no ramo, com um atendimento especializado. “Nas nossas pesquisas de mercado vimos que havia duas opções a serviço do consumidor: concessionárias, que têm um serviço caro, e as mecânicas normais, que não têm estrutura para atender esse tipo de carro”, diz.
Depois de seis meses de pesquisas, verificando, inclusive, como funciona esse tipo de negócio lá fora, foram mais seis meses para encontrar um bom ponto comercial. Localizada na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo, a Bimmer recebeu um investimento inicial de R$ 700 mil.
A ideia de oferecer o acompanhamento online apareceu naturalmente, segundo Rose. “Hoje, com tantatecnologia, esse tipo de serviço não tem um custo absurdo. De qualquer maneira, as câmeras iam ser colocadas por questão de segurança. Unimos o útil ao agradável (para o cliente) e proporcionamos um atendimento diferenciado”, afirma. Rose diz que o brasileiro tem muito carisma pelo seu carro e sempre quer acompanhar onde ele está, daí possibilitar que o cliente veja o conserto em tempo real. O sistema é simples: quando dá entrada na oficina, o cliente recebe um login e senha para acessar o serviço online. Para Rose, até agora o serviço tem sido mais um teste: “A divulgação desse serviço não estava sendo muito grande; agora pretendemos investir mais nisso”, garante.
À frente de 12 funcionários, sendo seis mecânicos e seis administradores, Rose preocupou-se em dar uma cara mais verde ao seu empreendimento. Para isso, usa equipamentos para reaproveitar a água da chuva, que é armazenada em dois tanques e reutilizada. Durante o dia, a iluminação é totalmente natural. Um sistema separa o óleo da água para ser descartada de forma limpa e o lixo é retirado por empresas homologadas que possam fazer a reciclagem. A empresa também usa apenas papel reciclado para arquivos e emissão de notas. Ela garante: “Sempre tive esse pensamento de sustentabilidade. É algo em que acredito”.
Ainda é cedo para falar no retorno do negócio, mas Rose está otimista. Para o próximo semestre, ela planeja abrir uma filial para serviços mecânicos mais rápidos, como troca de óleo, de pastilhas de freio ou vistoria mais simples. “Estamos estudando uma localização privilegiada para o nosso cliente”, diz. A empresa espera, em 2010, faturar R$ 2 milhões, sem contar a filial. “Temos um plano de negócio minucioso; com a filial, esse faturamento deve subir cerca de 20%”, revela a empresária. Apesar de ter nascido como negócio familiar, Rose diz que ficou à frente da empresa por ter se envolvido mais no processo. Para ela, pesquisa e dedicação permitem que o empreendedor se aventure por qualquer mercado, mas alerta: “Precisa de muita organização para dar certo”.

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