Ação usada como estratégia de Marketing passa confiança ao consumidor
Oferecer uma pequena prova de um produto no ponto-de-venda para o consumidor gera experimentação e pode terminar em venda. Esta prática é comum desde que o mundo é mundo nas feiras livres. O mercado se apropriou do termo test-drive e hoje ele não se aplica apenas a concessionárias de automóveis. A Audi utiliza esta ação para apresentar aos seus clientes preferenciais os seus novos modelos e, claro, ativar as vendas dando uma casquinha do que um proprietário de seus automóveis sente ao dirigir o veículo.
Oferecer o test-drive é sinônimo de confiança no produto ou serviço. Sabendo de seu potencial, a Seven, escola de idiomas, lançou em 2002 um projeto em que os futuros alunos podem fazer um test-drive antes de se matricularem. O projeto se transformou em ação institucional da Seven e desde sua primeira edição já foram mais de 12 mil alunos participando do test-drive.
Com ou sem carro, o test-drive é um conceito antigo e pode se encaixar na estratégia de diversos tipos de produtos ou serviços. Tanto que a Nike ofereceu aos consumidores que visitaram a Nike Store no Rio de Janeiro e em São Paulo um test-drive de 10 dias com um par de tênis, por meio da ação Running Service.
Em julho de 2009, a Audi levou clientes VIPs para testarem o modelo recém lançado no Brasil, Audi A6. Além de um test-drive, os escolhidos receberam instruções sobre o carro e depois foram de helicóptero até o trecho sul da pista do Rodoanel (foto), em São Paulo, que ainda não havia sido inaugurada. A ação premiou a melhor pontuação entre os clientes participantes com um celular Sony Ericsson Xperia X1, que na época ainda não estava à venda no Brasil.
Além de ativar as vendas, a ação de test-drive da Audi faz parte da estratégia de comunicação da montadora. “Estas ações incrementam o volume de vendas e a imagem da marca, mas é preciso direcionar corretamente para que atinja um público seleto que se relaciona com a marca”, diz Leandro Radomile, Diretor de Marketing, vendas e pós-vendas da Audi Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Mas o test-drive não é só para quem quer comprar automóveis ou tênis, como no caso da Nike. A escola de idiomas Seven teve a ideia de oferecer uma degustação de seus cursos para futuros alunos. A ação foi desenvolvida com base no fato de que muitos estudantes não se adaptam à metodologia de alguns cursos e, por isso, era necessário experimentar antes. Porém, não foi fácil implementar o projeto por conta das dúvidas que surgiam. Será que em uma aula o aluno consegue se identificar com o curso?
Para evitar este problema, a Seven resolveu apostar em um ensino de qualidade para que o aluno vivencie as aulas durante até três semanas. “Tínhamos a impressão de que uma aula apenas não mostrava o que era realmente o curso. Por isso escolhemos vivenciar com métodos baseado em inteligências”, explica Priscila Nishiyama, Coordenadora de Marketing da Seven ao site.
A Seven tem ainda uma promoção onde o aluno que indicar amigos para o test-drive pode ampliar as semanas grátis de curso ou ganhar descontos. “A estratégia feita pela Seven só alcança o sucesso de acordo com a performance dos cursos naquele segmento. Executar bem uma ação de test-drive significa ter um produto que atenda a necessidade do consumidor e que se identifique com ele”, ensina Sergio Santos, Coordenador das disciplinas de Marketing da pós-graduação da ESPM SP.
A escola de idiomas sempre usou a mesma mecânica nesta ação de test-drive. A diferença encontrada hoje é com relação ao público, que busca cada vez mais experimentar o serviço. “Uma aula é pouco e ele se sente enganado. Outra questão que temos que ter cuidado é oferecer semanas grátis, porque o que é “grátis” pode ter uma conotação negativa e as pessoas não darem o devido valor”, avalia a Coordenadora de Marketing da Seven.
O relacionamento existente entre o cliente e a concessionária Audi é o que determinará quem participa das ações de test-drive diferenciadas da Audi. “Vivenciar uma experiência é diferente de conhecer a tecnologia presente em um carro. O cliente vê como funciona, por exemplo, um modelo esportivo com tração nas 4 rodas. Isto constroi a imagem da marca na cabeça do cliente. Nem sempre se realiza uma venda, mas fortifica a marca”, afirma o Diretor de Marketing, vendas e pós-vendas da Audi Brasil (foto).
A efetividade destas ações de test-drive depende da experiência que se cria. “Os futuros alunos da Seven precisam ter uma experiência positiva assim como a Audi tem que montar um esquema que atraia o consumidor potencial. Se não tiver esse cuidado ao atrair, seja qual for o segmento da empresa, não haverá efetivação das vendas. Por isso é importante ter um filtro de participação para segmentar a ação de forma correta”, completa o coordenador das disciplinas de Marketing da pós-graduação da ESPM SP, Sergio Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário